Se o branco é a soma das cores do arco-íris, o preto é a
ausência de todas as cores. Renoir, precursor do impressionismo, afirmava que
preto era “não cor”.
A visão sobre o preto varia de acordo com a faixa etária,
mais jovens a ideia é de moda, mais velhos, de morte. Se branco é o começo,
preto é o fim. O somatório de todas as cores palpáveis: vermelho, azul e
amarelo é, praticamente, preto – ausência de luz. Fim.
O preto nega, se vermelho é o amor, o vermelho e o preto,
juntos, são ódio. O preto reverte os valores. Quem enxerga tudo preto é
pessimista. De outro lado, violeta e preto é a cor da magia.
Na Idade Média era comum o tingimento de preto, podia ser
barato e descomplicado. Mas este preto, da época, era um cinza escuro. Era difícil
obter o preto intenso. O preto fumo ainda é usado hoje em lápis, em máscaras de
olhos, em tinta para impressão. Depois da descoberta do caminho para as Índias,
o preto intenso ficou acessível. Com as Américas, o Campeche proporcionou o
preto denso usado em meias de seda e nylon.
O preto como moda, se origina na corte espanhola. A cor da
religiosidade em época da Inquisição. O rei Carlos I usava preto. E esta moda
era recatada, corpo coberto e um rufo (aquela gola plissada e engomada) no
pescoço. Adoro os rufos! Os rufos entraram na moda em 1540. Sobre as
vestimentas pretas, de seda ou lã merino, muitos bordados com pérolas e pedras
preciosas.
Por volta de 1900 as noivas usavam preto e o véu, apenas,
era branco. Os vestidos eram aproveitados após o casamento, em festas. A ideia
era aproveitar a roupa ao máximo. O casamento era um negócio, antes de um ideal
romântico e a frieza da razão era preta.
Mas se o preto dispensa cor, o preto é elegância, não deseja
atenção. Black tie! E Coco Chanel criou o “pretinho”, ideal para ocasiões
formais, curto. O preto, sem gritar por atenção, sustenta a quem o veste com
personalidade. Preto é individualidade.
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