Lindinhas, muitos lugares estão em período de liquidação, quando estoques do inverno estão sendo vendidos com preços abaixo do praticado. Pensando na oportunidade de fazer umas compritchas, eu fui investigar as opções disponíveis. E assumo, eu preciso de um ou dois pares de calças, mas acabei numa loja de acessórios. Explico:
Normalmente nesta loja gringa, durante estes períodos de promoções aparecem alguns preços legais, digo, reais. Nem posso comparar com o preço lá fora, aqui é muito mais caro (a mesma marca), mas como eu disse, nesta época...pode haver um milagre ou algo perto de disso, tipo uma benção. Não sou uma tarada pela loja não, apenas conheço a qualidade (eu tenho probleminha com biju com metal) e percebo que muitas lojas nacionais, acabam praticando os mesmos preços, já que a mulherada anda pagando, fácil, R$150,00 num colar com resina, nylon e feltro.
Bom, entrei na loja e comprei duas alianças e um colar (tudo com metal), gastei menos de R$100,00 e fiquei satisfeita, paguei o que acho justo. Mas aí a surpresa, um grupo de três pré-adolescentes de 9 anos invadiu a loja. Estas meninas estavam ensandecidas, descontroladas, gritando e se derretendo por tudo, querendo comprar, sério, eu nunca tinha visto crianças assim (enlouquecidas) a não ser na Disney. E eu fiquei assustada, preocupada. A mãe só disse Gabriela (a filha dela, não eu), aqui não tem nada para vocês. A menina disse, tem sim e está tudo em liquidação! A palavra liquidação foi empregada na frase como quem diz: gratuito! E a expressão facial das meninas era: Tudo meu!!!
Com as mãos no peito, em choque, eu me dirigi ao caixa, enquanto as garotinhas saiam da loja suspirando e revirando os olhos, ainda frenéticas. Então questionei a atendente, isso é comum? Ela responde, mais do que você imagina! Eu completei, elas são crianças! A outra atendente disse, não são só as crianças que fazem isso, as mulheres também! Eu perguntei, elas ficam tendo ataques enquanto olham as peças? Elas riram e concordaram, mas com aquele olhar de, são loucas.
Cara, tem algo errado. A grana serve pra um mundo de coisas, brincos, comidas, viagens, cursos, poupanças, livros, o que se bem entender. Agora, se assumir enquanto sujeito vulnerável a pressão pelo consumo supérfluo, deste jeito... transmitir estes valores para as nossas crianças... permitir um descontrole emocional e transferir tamanha realização de desejo, prazer e conquista sobre uma compra...falta alguma coisa. Fala sério!
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