Etiqueta: a vendedora e a consumidora

Devo confessar que sou uma consumidora, dãh óbvio. Digo, gosto de oxigenar o guarda-roupa com certa frequência. Algumas vezes, gostaria de ter a saia no comprimento atual, outras vezes, uma peça na cor do momento e muitas vezes, reponho peças, uma calça preta, uma camisa. Além disso, faço constantes pesquisas de preços e tendências, em função do próprio blog, ora na internet, ora nas lojas de shopping e de rua.

Para ser franca, de tanto olhar, muitas vezes o desejo é despertado e recentemente, passei por esta experiência, ainda que, conscientemente, eu faça um esforço considerável para controlar os impulsos consumistas, prefiro me resumir à classificação de consumidora, apenas. Pois bem, antenada na tendência P&B, enquanto passeava pelas ruas de uma região comercial, apenas me deslocando, e não exatamente pesquisando, avistei numa vitrine um lindo vestido com estamparia houndstooth ou pied-de-coq. Mega atual, né gurias? E mais, a minha cara, pois tinha uma modelagem meio anos 1960, sem a cintura marcada e levemente evasê, de mangas longas e comprimento mini. Pensei, se joga e experimenta o vestido!

Fonte - Imagem: www.etsy.com

Well, well, well (como diria meu querido professor de literatura)...começou o que terminou comigo saindo da loja com os olhos arregalados e uma sensação de devo continuar no papel de consumidora. Olhei para a vendedora e perguntei quais os tamanhos do vestido, ela respondeu que só tinha aquela peça nº 40, eu disse ok, quero ver. Assim que ela retira-o da vitrine (pendurado, não havia manequim), eu rapidamente perguntei o preço, afinal meu desejo é consideravelmente afetado pelo preço, ela comenteu um grande erro ao ignorar a etiqueta da peça ou tentar me enganar, e me disse: este vestido é de seda, custa R$400,00 (em torno disso). Alcancei o cabide, toquei no tecido morno, escorregadio e opaco, posicionei o vestido na altura dos ombros e me olhei no espelho. Muito bonito! Olhei para vendedora que me observava animada, preparada para me elogiar e busquei com a mão, na parte interna da peça, a etiqueta. Abaixei a cabeça e disse: o forro e a tela são de poliéster, 100%. E em seguida o devolvi para a vendedora, agora desapontada (sim, ela tentou justificar).

Este tipo de situação não é incomum. Cansei de escutar informações equivocadas sobre os tecidos das roupas, e sei que a maioria das confecções atualmente, ainda mais das/para as lojas fast fashion, ou de departamento, cada vez menos utilizam as fibras naturais. Uma, é bom sentar-se à luz de velas e não medo de incendiar-se, duas, eu gosto de várias fibras, inclusive para compor looks com mix de fibras. Portanto, recomendo às moçoilas darem uma olhada neste post sobre fibras e ficarem ligadas, pois podem estar comprando gato por lebre. Fica dica!