Seguidores

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Reflexão: roupas, compras e imagem

Dentro do possível, busco me atualizar sobre marketing pessoal, imagem, novos blogs, esses assuntos. Recentemente, li uma revista e nela havia uma matéria que trata das atividades do profissional denominado stylist, a exemplo de um jovem atuante nesta área com clientes célebres e endinheiradas.

Eu estudo moda de maneira independente, e pelo que entendi, este jovem é um consultor de imagem que presta serviços adicionais, já que o "stylist" viaja ao exterior com cartão de crédito de clientes para renovar seus closets. Também ficou claro que os serviços deste jovem visam minimizar a vulgaridade dos looks embora seu trabalho propicie o que ele mesmo chama de "espetacularização" do visual. Me chamou a atenção a descrição do volume de roupas das clientes, uma delas possui 3 quartos contendo peças e mais peças de roupas com a intenção de que a cliente não repita looks.

Caraca!
O meu ponto de vista é contrário a tudo isso. Porque ao contrário de levar a moda para celebridades, pessoas requisitadas e de muito poder aquisitivo, eu acredito que o desafio de profissionais e estudiosos seja democratizar a moda. A alta-costura é, evidentemente, exclusiva, mas a moda contem o prêt-à-porter e as lojas de departamento, em especial as fast fashion, vem justamente popularizar as tendências, sem contar as outras influências - blogs, novelas, seriados, filmes, revistas, livros, etc. Eu também não sou contra o consumo das peças ditas, it. Mas acho que o consumo pode ser limitado, afinal, as realizações pessoais não podem se limitar a ele, ou seja, na aparência, mas sim na consistência, ou seja, habilidades, capacidades e competências. Diante disso, a espetacularização é um limitador, ofusca o brilho da consistência. Ainda dentro do visual, os looks servem, ao meu ver, para abrir espaço, vislumbrar esta consistência, permitir a identificação, sem o uso de uniformes.

Enquanto estudiosa independente de moda, acredito que a democratização do uso da roupa e da imagem podem favorecer as pessoas economicamente ativas e também as que estão fora do mercado de trabalho, como estudantes e donas de casa por exemplo. O uso da imagem é fator de diferenciação entre as pessoas e ambientes, o consumismo exagerado nada garante a adequação destes valores pessoais e muitas vezes subjetivos. Ao contrário, faz vitimar as individualidades e cria uma compulsão infinita desvinculada da consistência individual. Seria negligente demais, da minha parte, ler alguma informação e não compartilhar a minha opinião, visto que embora o blog trate de outras opções como gastronomia, turismo e comportamento, o interesse sobre moda é o mais comentado e visualizado. Assim sendo, já que publico informações históricas, culturais e sociais relativas a moda (além dos looks), seria impossível não participar a minha visão que não se limita a superficialidade e nem apoia o "ter" como soberano. Parece-me natural esta postura de utilidade única, outra vez, li num blog um pedido de desculpa por causa da repetição de um look. Fico chocada com atribuição dos valores e com o impacto social e psicológico disto nas pessoas. Acho pertinente refletir sobre isto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu recadinho.